quarta-feira, 14 de setembro de 2011

REALIDADE SUBURBANA - 1º CAP - TRISTE REALIDADE

  Brasil, país dito por muitos como abençoado por Deus, e bonito por natureza, para mim é como um tapete caro, quando você o vê fica impressionado, mais só o Dono sabe a sujeira que existe embaixo dele.

          Eu sou jackson, conhecido no morro como Jack, tenho 18 anos e acabei de sair da ensino médio. tenho um irmão chamado Miguel, e uma irmã chamada Rose, moramos com nossos pais e temos uma vida muito humilde.

          Como todos sabem, o morro é a sujeira embaixo do tapete, quem mora nele é comparado a um acaro, eu sempre fui um cara esforçado, excelente aluno, bom filho e agora trabalhador, pego o ônibus todos os dias as cinco da manhã com meu irmão que ainda estuda, e com meu pai, que trabalha na construção civil.

          Hoje vejo que a minha vida mudou dentro de um ônibus, estavamos indo trabalhar como todos os dias, mais neste dia reparamos que os passageiros estavam meio assustados e ficamos sabendo pelos comentários que o morro estava em guerra com a policia. Em um determinado momento da nossa viagem o motorista foi obrigado a parar, e dois policiais subiram, passaram pela catraca e começaram a olhar para cada passageiro. Eu, meu pai e meu irmão, estavamos nos ultimos bancos do ônibus, foi então que o policial se aproximou e disse:

POLICIAL: - mão na cabeça os três - sacou a arma e apontou em nossa direção;

Jack: O que houve senhor, - perguntei assustado pois nunca tinha passado por isso antes, e meu pai disse:

PAI:- alguma coisa errado polici..., antes mesmo de terminar a palavra meu pai levou um tapa na cara, eu fiquei em choque e furioso, olhei para o meu irmão e sabia que ele sentia o mesmo, meu pai levantou a cabeça, olhou nos olhos do policial e disse:

PAI:- aqui só tem estudante, trabalhador e pai de familia, não precisa fazer isso,

o policial respondeu:

POLICIAL: - me dá a sua bolsa, ainda com a arma apontada para nós.

          Então ele olhou não só a bolsa do meu pai mais, a minha e a do meu irmão. Antes dele nos entregar a bolsa e sair pude gravar o nome que estava na sua farda, DOS SANTOS, esse era o nome do safado que tinha nos humilhado dentro do ônibus, se eu tivesse uma arma teria feito uma peneira dele, foi quando meu pai ainda tremendo de raiva falou:

PAI: - é isso que eles querem da gente meninos, querem a nossa dignidade interior, mais somos melhores que eles e temos que mostrar isso para todos.

          Para mim aquelas palavras foram me acalmando, mais para o meu irmão Miguel não serviu de nada. Ele sempre foi meio revoltado, tinha o nosso pai como um deus, e ver aquela cena o deixou indignado e cheio de idéias sombrias.

          Antes de descer perguntei:

JACK: - tudo bem miguel??

MIGUEL: - DOS SANTOS, né?? pode deixar, falou com olhar irreconhecível.

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